Todas as manhãs, religiosamente, o operário aposentado João Lopes, 77, percorre o caminho de casa até o cemitério de Santa Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro, para visitar o túmulo do filho. No último dia 8 de julho, fez um ano que Davi Rocha Lopes, 27, foi atingido por um tiro no peito quando deixava o estádio de São Januário após a derrota de seu time do coração, o Vasco, para o Flamengo. A mãe Maria Rita até hoje não se conforma. Para Juciara, nove anos mais velha, os sonhos recorrentes com o irmão ajudam a amenizar a dor. “Ele era como um filho para mim. Dizia que, se morresse um dia, que fosse vendo o Vasco jogar.”